segunda-feira, 21 de julho de 2014

ÚLTIMAS MENSAGENS POSTADAS 21 O7 2014


Nebulosa de Órion 
Dentro de uma colossal chocadeira cósmica

BUDISMO  FLOR DE LÓTUS SEGREDO DA VIDA ETERNA
BUDISMO  MANDALAS E CARL GUSTAV JUNG
BUDISMO  MEDITAÇÃO MINDFULNESS
BUDISMO  MUDRAS  PROCESSAMENTO CEREBRAL  AFETAM SUAS EMOÇÕES
COMPORTAMENTO  ZONA DE CONFORTO POTENCIE A SUA VIDA 
COMPORTAMENTO  TEORIA U - INOVAÇÃO E LIDERANÇA
COMPORTAMENTO  SOCIOEMOCIONAL EMPREGOS FUTURO
CORPO HUMANO  ÁTOMOS FORAM PRODUZIDOS EM ESTRELAS
CORPO HUMANO  CÉLULA EMITE RAIOS LASER
CORPO HUMANO  CEREBRO 100 TRILHÕES DE CONEXÕES
CORPO HUMANO  CEREBRO CIENTISTAS LÊ A SUA MENTE
CORPO HUMANO  CÉREBRO CONEXÕES NOS HOMENS E MULHERES
CORPO HUMANO  CÉREBRO MASSA EM CORES
CORPO HUMANO  SENSAÇÕES GERADAS POR TIPO DE EMOÇÃO
CORPO HUMANO  OLFATO EFEITO DA FÍSICA QUÂNTICA
CORPO HUMANO  ESTÁ LIGADO A UM PADRÃO CÓSMICO
GERAÇÃO  CRIANÇAS DENUNCIA A ONU VIOLAÇÃO SEUS DIREITOS

GERAÇÃO  JEITO NOVO DA NOVA GERAÇÃO
GERAÇÃO  NOVA ERA HEIDE HAMKINS DE 4 ANOS TEM QI DE 159
HOLISMO   ALQUIMIA INTERIOR
HOLISMO   AUTO -INICIAÇÃO
MULHERES VOCÊ  NEM O PLANETA ´PRECISAM DA PILULA    
PERSONALIDADE  ALAN TURING SEGREDO DE POSITVIDADE
PERSONALIDADE  BRUCE LEE SOCO DE UMA POLEGADA 
PERSONALIDADE  ECKHART TOLLE DESPERTAR
PERSONALIDADE  MARGARET THATCHER RACIONALIDADE 
PERSONALIDADE  MATTHIEU RICARD O HOMEM MAIS FELIZ 
PERSONALIDADE  NIJINSKY  NÃO INTERFERIR  
PERSONALIDADE  GOETHE RECIPROCIDADE

domingo, 20 de julho de 2014

GENOMA DO "LÓTUS SAGRADO" PODERÁ REVELAR SEGREDOS DA VIDA ETERNA


A flor de lótus é conhecida mundialmente como um símbolo de pureza espiritual e longevidade. O que poucos sabem é que ela é conhecida também pelos biólogos por uma quase "vida eterna".

Segredos genéticos do lótus sagrado
O lótus sagrado já foi documento no registro geológico de 135 milhões de anos atrás, quando os dinossauros ainda viviam na Terra.

E existem casos documentados de sementes de lótus que sobreviveram e continuaram viáveis por 1.300 anos.

Ou seja, não é apenas pela beleza da flor de lótus que esta planta é considerada símbolo de elevação espiritual - sua biologia também é absolutamente de outro mundo.

Por isso, uma equipe de 70 cientistas dos EUA, China, Austrália e Japão dispuseram-se a partir em busca dos segredos sagrados do lótus - biologicamente falando.

Para isso, eles sequenciaram seu genoma completo.

Os cientistas acreditam que o chamado lótus sagrado tenha um sistema genético capaz de consertar defeitos genéticos induzidos ambientalmente, podendo conter segredos sobre como envelhecer com saúde.

A equipe sequenciou cerca de 86% dos cerca de 27 mil genes da planta, cujo nome científico é Nelumbo nucifera.

O lótus e vida eterna biológica
"O genoma do lótus é muito antigo, e agora conhecemos seu ABC," disse Jane Shen-Miller, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA). "Os biólogos moleculares agora poderão estudar mais facilmente a forma como os seus genes são ligados e desligados durante períodos de estresse, e porque as sementes desta planta podem viver por 1.300 anos. Este é um passo para aprender o segredo anti-envelhecimento que o lótus sagrado pode nos revelar."

A Dra Shen-Miller afirma que os mecanismos de reparo genéticos do lótus podem ser muito úteis se puderem ser transferidos para os seres humanos ou para culturas - como arroz, milho e trigo -, cujas sementes têm períodos de poucos anos de vida.

"Se os nossos genes pudessem reparar doenças, assim como os genes do lótus, poderíamos ter um envelhecimento saudável. Precisamos aprender sobre seus mecanismos de reparação, e sobre as suas propriedades bioquímicas, fisiológicas e moleculares, e o genoma do lótus agora está aberto a todos."

A genética incomum do lótus sagrado lhe dá algumas habilidades de sobrevivência únicas. Suas folhas repelem a sujeira e a água, suas flores geram calor para atrair polinizadores e o revestimento do fruto do lótus possui antibióticos e cera que asseguram a viabilidade da semente que ele contém.

www.diariodasaude.com.br/news.php?...genoma-lotus-sagrado-segredos-vida-eterna

ALQUIMIA INTERIOR


Processo de mutação psicossomático
A alquimia tem diversas dimensões operativas, sendo a mais conhecida a que se refere ao alquimista no seu laboratório “externo”, habitualmente imaginado como cheio de símbolos e instrumentos “químicos” estranhos. A Alquimia Interior, muito embora utilize os mesmos símbolos e operações arquetípicas, trabalha num único laboratório, o “interno”, que é o próprio indivíduo em processo de transformação.

Alquimia não tem objecto.
A alquimia é uma prática intuitiva não cultural e não mental. Não há alquimia sem consciência e alargamento do campo da percepção. A alquimia é a capacidade de operar transformações, ou mutações, na estrutura da realidade a partir da intensificação da própria consciência. A alquimia fala sobre o desconhecido, sobre algo ao qual ninguém dá um nome. É este o aspecto fascinante da sua prática – ela é a figuração da consciência intrínseca, proporcionando um discurso sobre algo que ninguém sabe o que é. Gerou, no entanto, muita coisa concreta sem que se possa estipular qualquer objecto. Pode-se dizer que é uma invenção de génio, a de criar ao nível real, no laboratório, e não ao nível intelectual, o mistério da consciência intrínseca. A matriz do homem como o seu próprio laboratório, que a alquimia cria, é universal e encontra-se em todas as civilizações. Da China até ao Médio Oriente e ao Ocidente, atravessa transversalmente o mundo. O problema da alquimia é uma questão prática,  não é especulativa nem interpretativa ou seja, não é um objecto cultural. Não interessa onde é que ela nasceu, e não é possível fazer-se um estudo comparativo das alquimias do Oriente e Ocidente.


O homem como laboratório de si próprio.
A alquimia parte do princípio que não é necessário laboratório “externo” para encarnar o princípio da consciência intrínseca, para a operação de depuração que permite encarnar o mistério do princípio crístico. A alquimia, neste sentido, implica que a relação espírito / matéria se alterará no futuro. Já Eugène Canseliet, que forneceu informação sobre o mítico Fulcanelli, deu muitas pistas para dar a compreender que a alquimia se constrói em redor de um objecto que está fora de alcance do intelecto e que, pelo contrário, se trata de uma prática sobre si próprio. A alquimia como química / física pré-Lavoisier foi uma espécie de hiperquímica com uma imensa quantidade de receitas e analogias tradicionais que não tem propriamente a ver com a alquimia da qual falamos aqui. A prática base daquela é a sublimação ou seja, o processo de deixar a matéria “cozer” vezes sem fim ao sol ou ao fogo, para chegar à sua transmutação. A alquimia, por outro lado, é a ciência das relações do homem com o cosmos e a natureza.

 
Assim, em gravuras antigas, o laboratório do alquimista abrange sempre um oratório, lembrando a velha máxima dos monges cristãos “ora et labora”, ou seja, procura primeiro a tua inspiração em Deus (em ti) e depois trabalha no laboratório da Terra. O que, por outras palavras, significa encontrar primeira referências em si mesmo através do auto-conhecimento e da consciência de si mesmo. A consciência intrínseca é o material da alquimia, não a consciência psicológica. A alquimia põe à nossa disposição processos de alargamento do campo da consciência, e não se ocupa da consciência psicológica que dá apenas pelos gastos do dia a dia.

Transmutação da percepção

A alquimia traz mais consciência a todas as coisas e proporciona a capacidade de operar transmutações no campo da consciência. Quem não alarga conscientemente – cosmicamente – a sua consciência, fica ao nível da química. Neste caso não pode haver transmutação porque o campo de consciência do operador não deixa que esta transmutação aconteça. Para ela acontecer, é preciso ter um olhar de lince, uma percepção alterada. É no oratório que acontece o trabalho sobre si mesmo para alcançar este olhar de lince, esta percepção apurada que permite distinguir entre uma simples operação química e a alquimia propriamente dita. Assim, o código da alquimia tem a ver com a percepção.

Alquimia – uma demanda de sabedoria

Como é possível descodificar os antigos tratados de alquimia? É preciso ver que o texto em si não interessa. O que os entendidos sempre fizeram, é selecionar trechos do texto para com eles compor outro texto que é já um texto que nasce da experiência própria e não pode ser ensinado. A leitura passa sempre pela prática.

Um desses tratados antigos é o Mutus Liber, composto apenas por imagens, aproveitando da faculdade humana de representação do mundo e de auto-representação através de imagens que surgem, por exemplo, no sonho. Este é fruto da faculdade humana de construir o mundo em imagens, faculdade explorada, por exemplo, por C.G.Jung, sobre o lado arquetípico dos sonhos e o seu respectivo significado.

Os sonhos significativos dão conta da mudança interna do homem, dão ordem ao caos das nossas percepções. São tentativas de encontrar soluções através da organização do caos numa espécie de cogitação sobre o sentido da vida ou da dimensão filosófica da vida. São sonhos de sabedoria. O sonho é um livro sem texto, é um livro de imagens. Em nós começa a primeira leitura, nós somos o livro. A alquimia é uma demanda de sabedoria na vigília, fora do eixo do dia a dia. Leva-nos a encontrar outra relação com a realidade, um outro olhar sobre as coisas. Como um estereograma, permite-nos descobrir o que é significante. Como nos tratados antigos de alquimia, também no texto da vida diária só uma ínfima parte interessa. É esta que somos levados a descobrir através da transmutação alquímica.

O maharaja e o mendigo.

Uma história indiana explicita esta noção de que se esconde, em cada dia da nossa vida, um tesouro que tem de ser desenterrado. Era uma vez um maharaja que vivia numa corte faustosa. Todos os dias, na altura do almoço, um mendigo entrava no seu palácio e oferecia-lhe um fruto fresco, acabado de colher. O maharaja mandava um servo receber o fruto e guardá-lo nas caves do palácio. Este ritual repetia-se todos os dias, e o maharaja, no seu mais íntimo, perguntava-se qual o sentido desta oferta sem encontrar uma resposta. Um dia, quando o mendigo se aproximou de novo como o fruto na mão, um macaco saltou e roubou o fruto. Depois sentou-se ao pé do trono e começou a trincar o fruto. Para espanto do maharaja e de toda a corte, o caroço do fruto emitia um imenso brilho e quando olharam de perto, descobriram que se tratava de um lindíssimo diamante. Espantado, o maharaja mandou um servo ir buscar os outros frutos que já estavam meio podres. Todos tinham no interior um diamante brilhante.

A suspensão entre os dois pólos – morte e ressurreição.
A prática da alquimia inicia-se no equinócio da Primavera – a “primeira verdade” só pode ser descoberta nesta época do ano, quando tudo volta à vida, quando se celebra a morte e a ressurreição. A primeira verdade sobre as coisas começa a ser perceptível, a Primavera começa em nós. A alquimia permite este trabalho sobre a consciência de si próprio, numa prática meditativa que explora o limite da mente discursiva, e que é também possível no sonho lúcido, num sonho como o de Jacob, por exemplo, que sonha com a subida e descida dos anjos na chamada Escada de Jacob, representando a relação funcional entre micro e macrocosmos. Os anjos, neste sonho, querem acordar Jacob que está num profundo sono.
Temos de despertar deste sono para perceber, dentro do campo da consciência, a morte e ressurreição. O seu símbolo é o ovo, no qual está a totalidade da vida. Nós somos o adormecido que não acorda, que vive apenas para os gastos. É preciso ir mais além, entrar neste jogo da consciência, este fluxo constante entre o Sol e a Lua, entre as polaridades do mundo. Este fluxo entre os dois extremos existe continuamente. A questão é como dar por ele e vivê-lo sem se ficar pela visão de “dentro” e “fora”. O que é preciso é ficar na suspensão entre os dois pólos.

O trabalho interno.
A alquimia é a sageza pessoal que encontra o nexo entre o dentro e o fora por além do movimento pendular da consciência psicológica. Permite perceber que entre dentro e fora não há diferença, que são uma e a mesma coisa.
A Primavera das coisas começa em nós, a transfiguração é possível: no estado mercurial os opostos são unificados sem contradição, fazem parte do processo de percepção, não há divisão na percepção, há unificação ou pura percepção.. No trabalho interno revela-se a qualidade alquímica da nossa consciência. Vemos então que as dicotomias não são contraditórias e a dualidade deixa de existir. A nossa percepção torna-se total, é parte integrante da unidade de todas as coisas.

A ferramenta da respiração

Este é o Tao dos Orientais, que une o Yin e Yang, o mistério que liga os opostos. Esta consciência intrínseca de todas as coisas capta-se pela respiração. Desde que a sua prática seja consciente, permite a mutação, ou seja, permite ver o que é, e não o que parece ser. Deste modo, as ferramentas básicas estão à disposição de todos, não é preciso mestre nem discípulos. Cada um pode descobri-las por si mesmo, utilizando a respiração. É apenas necessário criar espaço e tempo em cada dia para utilizar estas ferramentas. Descobre-se então que a interacção da consciência altera tudo, o uso vibracional da consciência provoca um efeito de diapasão.

A alquimia como trabalho sobre a percepção, coloca-se no ponto de fuga, aponta a mutação da realidade, permite um tipo de percepção triangular, não somos sem emissor nem receptor, estamos em unidade com o cosmos e a natureza e descobrimos que a diferenciação não existe na realidade.

 
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AUTO-INICIAÇÃO​ ​


Hoje em dia, muitas pessoas falam em iniciação. Todos querem ser iniciados. Mas entendem por iniciação uma alô-iniciação, uma iniciação por outra pessoa, por um mestre, um guru. Esta alô-iniciação é uma utopia, uma ilusão, uma fraude espiritual.

Só existe auto-iniciação. O homem só pode ser iniciado por si mesmo.

O que o mestre, o guru, pode fazer é mostrar o caminho por onde alguém se pode auto-iniciar; pode colocar setas ao longo do caminho setas ao longo da encruzilhada, setas que indiquem a direção certa que o discípulo deve seguir para chegar ao conhecimento da verdade sobre Si mesmo. Isto pode e deve o mestre fazer - suposto que ele mesmo seja um auto-iniciado.

Jesus, o maior dos Mestres que a humanidade ocidental conhece, ao menos aqui, durante três anos consecutivos, mostrou a seus discípulos o caminho da iniciação, o que ele chama o "Reino dos Céus", mas não iniciou nenhum dos seus discípulos. Eles mesmos se auto-iniciaram na gloriosa manhã do domingo de Pentecostes, às 9 horas da manhã - como diz Lucas nos Atos dos Apóstolos. Mas esta grandiosa auto-iniciação aconteceu só depois de 9 dias de profundo silêncio e meditação; 120 pessoas se auto-iniciaram, sem nenhum mestre externo só dirigidas pelo mestre interno de cada um, pela consciência de seu próprio EU divino, da sua alma do seu Cristo Interno. E esta auto-iniciação do primeiro Pentecostes, em Jerusalém, pode e deve ser realizada por toda pessoa.

Mas acima de tudo, o que quer dizer Iniciação?

Iniciação é o início na experiência da verdade sobre si mesmo. O homem profano vive na ilusão sobre si mesmo. Não sabe o que ele é realmente. O homem profano se identifica com o seu corpo, com a sua mente com as suas emoções. E nesta Ilusão vive o homem profano a vida inteira, 30, 50, 80 anos. Não se iniciou na verdade sobre si mesmo, não possui autoconhecimento, e por isso não pode entrar na auto- realização. O que deve um homem profano fazer para se auto-iniciar? Para sair do mundo da ilusão sobre SI mesmo e entrar no mundo da verdade? Deve fazer o que fez o primeiro grupo de auto-iniciados, no ano 33, em Jerusalém, isto é, deve aprender a meditar, ou cosmo-meditar.

O iniciado dá tudo e não espera nada do mundo. Ele já encerrou as contas com o mundo. Pode dar tudo sem perder nada.
O auto-iniciado é um místico não um místico de isolamento solitário, mas um místico dinâmico e solidário, que vive no meio do mundo sem ser do mundo.

Onde há plenitude, aí há um transbordamento. O homem plenificado pelo autoconhecimento e pela auto-realização transborda a sua plenitude, consciente ou inconscientemente, saiba ou não saiba, queira ou não queira.
Esta lei cósmica funciona infalivelmente. Ele faz o bem pelo fato de ser bom, de viver em harmonia com a alma do Universo. Por isto, para fazer bem aos outros e à humanidade, não é necessário nem é suficiente fazer muitas coisas, mas é necessário e suficiente ser bom, ser realizado e plenificado do seu EU central, conscientizar e vivenciar de acordo com o seu EU central, com o seu Cristo Interno. A plenitude da consciência mística da paternidade única de Deus transborda irresistivelmente na vivência ética da fraternidade universal dos homens.

Para ter laranjas - laranjas verdadeiras - não é necessário fabricá-las. É necessário e suficiente ter uma laranjeira real e mantê-la forte e vigorosa. Nem é necessário ensinar a laranjeira como fazer laranjas, ela mesma sabe, com infalível certeza, como fazer flores e frutos. Assim, toda a preocupação de querer fazer bem aos outros sem ser bom é uma ilusão tão funesta como o esforço de querer fabricar uma laranja verdadeira sem ter uma laranjeira.

Mais importante que todo o fazer é o ser.  Onde não há plenitude interna não pode haver transbordamento externo.
Para fazer o bem aos outros deve o homem ser realmente bom em si mesmo. Que quer dizer ser bom? Ser bom não é ser bonachão, nem bonzinho, nem bombonzinho. Para ser realmente bom deve o homem estar em perfeita harmonia com as leis eternas da verdade, da justiça, da honestidade, do amor, da fraternidade, e viver de acordo com esta sua consciência. Todo o fazer bem sem ser bom é ilusório, assim como qualquer transbordamento é impossível sem haver plenitude. O nosso fazer bem vale tanto quanto nosso ser bom. O ser bom é autoconhecimento e auto-realização.

Somente o conhecimento da verdade sobre si mesmo é libertador; toda e qualquer ilusão sobre si mesmo é escravizante.

Os mais ruidosos sucessos sem a realização interna são deslumbrantes vacuidades; são como bolhas de sabão - belas por fora, mas cheias de vacuidade por dentro. 1% de ser bom realiza mais do que 100% de fazer bem. Auto-iniciação é essencialmente uma questão de ser e não de fazer. Esta plenitude do ser não se realiza pela simples solidão, mas pelo revezamento de introversão e extroversão. O homem deve, periodicamente, fazer o seu ingresso dentro de si mesmo, na solidão da meditação e depois fazer o regresso para o mundo externo, a fim de testar a força e autenticidade do seu ingresso.


Todo auto-iniciado consiste nesse ingredir e nesse regredir, nessa implosão mística e nessa explosão ética.

Os discípulos de Jesus fizeram três anos de aprendizado e nove dias de meditação, depois se auto-iniciaram. Descobriram a verdade libertadora sobre si mesmos. A verdade que os libertou da velha ilusão de se identificarem com o seu corpo, com a sua mente, com as suas emoções, saíram das trevas da ilusão escravizante, e ingressaram na luz da verdade libertadora:

“Eu sou espírito, eu sou alma, eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai... o Reino dos Céus está dentro de mim." (é a afirmação da UNIDADE de toda a VIDA)

E quem descobre a verdade sobre si mesmo, liberta-se de todas as inverdades e ilusões. Liberta-se do egoísmo, da ganância, da luxúria, da vontade de explorar, de defraudar os outros. Liberta-se de toda injustiça, de toda desonestidade, de todos os ódios e malevolências - de todo o mundo caótico do velho ego. O iniciado morre para o seu ego ilusório e nasce para o seu EU verdadeiro. O iniciado dá o início, o primeiro passo, para dentro do "Reino dos Céus". Começa a vida eterna em plena vida terrestre. Não espera um céu para depois da morte, vive no céu da verdade, aqui e agora - e para sempre. Isto é auto-iniciação. Isto é autoconhecimento. Isto é auto-realização.

Humberto Rohden -
Livro Profanos e Iniciados

ALAN TURING SEGREDO DE POSITIVIDADE


Considerado um dos primeiros (e mais influentes) cientistas da computação do mundo, o matemático, lógico e especialista em códigos Alan Turing teve uma trajetória conturbada (foi desprezado por ser homossexual e cometeu suicídio em 1954, aos 41 anos), mas extremamente produtiva.

Seu esforço e sua inteligência dependiam, pelo menos um pouco, de três “segredos” de produtividade. Veja:

Uma estratégia lógica (mas nem sempre fácil de aplicar) é descobrir como lidar com um problema “por partes” ao invés de tentar resolvê-lo todo de uma vez – ou de encará-lo como algo simplesmente “insolúvel”. Essa abordagem ajudou Turing e seus colaboradores a decifrar os segredos da Enigma Machine, um conjunto de equipamentos usado pelos nazistas para enviar mensagens em código durante a II Guerra Mundial.
Passo a passo, eles eliminaram possibilidades (todas as letras eram substituídas por outra, por exemplo), encontraram padrões e analisaram o funcionamento de uma das máquinas até descobrir como todo o sistema operava, uma vitória fundamental no conflito.

Da mesma forma que Albert Einstein, Francis Bacon e Alexander Fleming, Alan Turing era um “gênio bagunçado”, que contrariava a ideia de que só é possível ser produtivo em ambientes extremamente organizados. Por outro lado, tem gente igualmente produtiva que só consegue se concentrar quando sabe que seus materiais estão todos “em ordem”.

A dica, nesse caso, é descobrir o que funciona para você (caos ou ordem) em termos de organização de espaço de trabalho. 

Turing gostava de correr (tanto que ficou em 5º lugar em uma maratona em 1949) e dizia que isso o ajudava a fugir um pouco do estresse do trabalho e a pensar com mais clareza quando voltava. O esforço físico exige foco, e se distanciar temporariamente de um problema pode ajudar a lidar com ele depois. Além disso, há os benefícios físicos propriamente ditos. Lifehacker

ECKHART TOLLE DESPERTAR


"Quando cada célula do seu corpo estiver tão presente que você a sente vibrar de vida, e quando sentir cada momento dessa vida como sendo a alegria do Ser, então poderá dizer que está livre do tempo. O problema não são as contas de amanhã. A morte do corpo físico não é um problema. A perda do Agora é que é o problema, ou antes, a ilusão central que transforma uma mera situação, um simples acontecimento ou uma emoção, num problema pessoal e num sofrimento. A perda do Agora é a perda do Ser. Estar livre do tempo é estar livre da necessidade psicológica do passado para formar a sua identidade e do futuro para atingir a sua realização pessoal. O melhor indicador do seu nível de consciência é a maneira como lida com os desafios da vida quando eles surgem."

pensador.uol.com.br › autoresEckhart Tolle‎ 

sábado, 19 de julho de 2014

NIJINSKIY NÃO INTERFERIR


"Existem coisas que não são possíveis através de nenhum método, nenhuma técnica, nenhuma estratégia.. Existem coisas que apenas acontecem; você apenas tem que permitir que elas aconteçam.  E a maneira de permitir que elas aconteçam é não interferir; a tal ponto que você não está nem mesmo presente, porque a sua presença será também uma interferência"

quinta-feira, 17 de julho de 2014

MARGARET THATCHER RACIONALIDADE INTELIGENTE


Cuidado com seus pensamentos, pois eles tornam-se palavras.
Cuidado com as palavras, pois elas tornam-se ações.
Cuidado com as ações, pois elas tornam-se hábitos.
Cuidado com os hábitos, pois eles tornam-se a tua personalidade.
Cuidado com a tua personalidade, pois ela torna-se o teu destino.
O que nós pensamos, nós nos tornamos.

"O Brasil e o mundo sabem que este país é uma superpotência econômica 
em potencial"

"Gostaria que você soubesse que existe dentro de sÍ uma força capaz de mudar 
sua vida, basta que lute e aguarde um novo amanhecer.'

"O consenso é a negociação da liderança"
 "Um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo."

pensador.uol.com.br 

JOHANN WOLFGANG VON GOETHE RECIPROCIDADE


“No momento em que realmente nos decidimos, então o universo começa a agir também. Todo tipo de coisa começa a ocorrer, coisas que não ocorreriam normalmente, mas que acontecem porque você tomou a decisão. Uma série de eventos flui dessa decisão, levantando a nosso favor todo tipo de imprevistos, encontros e assistência material que nenhuma pessoa no mundo poderia planejar que ocorresse na sua vida. Seja lá o que você possa fazer, ou tenha o sonho de fazer: comece. O arrojo tem dentro de si inteligência e  poder . Então comece agora".

pensador.uol.com.br

SEU CORPO ESTÁ LIGADO A UM PADRÃO CÓSMICO


O amanhecer provoca mudanças biológicas básicas no corpo humano. À medida que o sol se levanta e nós acordamos, a frequência cardíaca, a pressão arterial e a temperatura corporal aumentam. O fígado, os rins e muitos processos naturais também começam a mudar sua marcha lenta para um ritmo mais acelerado.

Quando a luz do dia diminui e a escuridão desce, estes processos igualmente começam a diminuir, voltando a seus níveis mais baixos enquanto dormimos.

Esses padrões biológicos internos estão intimamente ligados a um padrão cósmico externo: a rotação da Terra em torno do seu eixo uma vez a cada 24 horas.
Este “giro” infinito de luz e trevas e a sincronia correspondente de relógios internos e externos é chamado de ritmos circadianos. Circadiano vem de “cerca diem”, latim para “cerca de um dia”.

Ritmos circadianos e saúde humana
Os ritmos circadianos influenciam quase todos os organismos vivos, de bactérias e algas a insetos e pássaros e, como é cada vez mais compreendido pela ciência, seres humanos.

Os cientistas têm aprendido que esses padrões têm efeitos profundos sobre a saúde humana. “Os ritmos circadianos regulam quase todos os processos biológicos no nosso corpo, especialmente os processos relacionados com hormônios”, explica Yong Zhu, professor da Universidade Yale (EUA).

Zhu estudou as consequências de interromper os ritmos circadianos até as mudanças causadas a nível molecular. Para entender seu trabalho, é necessário se lembrar do fato de que ritmos circadianos são antigos.

Esse padrão foi estabelecido cerca de 3 bilhões de anos atrás, e a vida na Terra evoluiu de acordo com ele. No entanto, muitos aspectos dos ritmos circadianos e suas influências permanecem misteriosas.

Os cientistas compreendem apenas parcialmente como a sincronia dos relógios internos e externos governa coisas como a migração das aves, a hibernação dos ursos e a comunicação de navegação entre abelhas.

Pesquisadores também só compreendem algumas das relações entre os ritmos circadianos e a saúde humana. Distúrbios nesse ritmo, por exemplo, ajudam a explicar fenômenos fisiológicos como jet lag, depressão de inverno (transtorno afetivo sazonal), insônia crônica e a fadiga habitual entre os adolescentes.

Mas só nos últimos anos os pesquisadores voltaram sua atenção para os efeitos na saúde a longo prazo de ritmos circadianos perturbados ou interrompidos.

Cerca de 25 anos atrás, o epidemiologista do câncer da Universidade de Connecticut (EUA) Richard G. Stevens se perguntou por que as taxas de câncer de mama eram tão altas, sobretudo nas sociedades industriais. Ele sugeriu uma possível ligação entre câncer de mama e uma invenção moderna que constantemente perturba os ritmos circadianos: luzes elétricas. Seguindo esta lógica, ele também postulou que trabalhadoras do turno noturno tinham taxas mais altas de câncer do que mulheres trabalhadoras dos turnos diurnos.

“A iluminação da noite é nova na evolução humana. Descobrimos como usar o fogo há muitos anos, e temos velas há cerca de 5.000 anos, mas não costumávamos iluminar a noite inteira. Eletricidade realmente mudou as coisas. Nosso sistema circadiano, que é antigo, está confuso”, argumenta Stevens.

Zhu e Stevens se conheceram em Yale e resolveram reunir seus conhecimentos para testar a teoria de Stevens sobre o câncer e o ritmo circadiano.

“Percebi que os ritmos circadianos provavelmente tem um tremendo impacto sobre a saúde pública, mas as pessoas não estavam prestando atenção suficiente”, disse Zhu.

Vários genes ligados ao ritmo circadiano, às vezes chamados de genes CLOCK, foram identificados em animais no final de 1990. Zhu e Stevens decidiram explorar o que Zhu chama de “hipótese do gene circadiano”. A ideia era procurar evidências de que genética é a questão-chave que liga mutações em genes circadianos relacionados ao risco de câncer de mama.

O primeiro trabalho da dupla apareceu no Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention em 2005. Os pesquisadores identificaram uma mutação estrutural no gene “Period3”, que foi significativamente associada com o câncer de mama.

Eles examinaram também todos os 10 genes circadianos humanos, em particular o gene circadiano chamado CLOCK, responsável pela manutenção do ciclo. Estes resultados forneceram a primeira evidência genética ligando o câncer de mama a genes circadianos. Zhu e seus colegas também descobriram evidências ligando mutações em genes circadianos ao câncer de próstata e ao linfoma não-Hodgkin.

Além disso, os cientistas descobriram que o CLOCK regula muitos outros genes, incluindo alguns associados com a produção de hormônios. Em outras palavras, os ritmos circadianos são profundamente e sistemicamente influentes a nível molecular.

Quando algo deixa o CLOCK fora de sincronia com o ritmo circadiano universal, as consequências para a saúde podem ser graves.
Nesse ponto da pesquisa de Zhu e Stevens, uma série de outros estudos já haviam confirmado a relação entre câncer de mama e ritmo circadiano interrompido. Estudos na Dinamarca, Noruega e Estados Unidos mostraram que mulheres de diferentes ocupações que trabalhavam à noite por longos períodos (enfermeiras, comissárias de bordo e outras) tinham maiores taxas de câncer de mama.


As mulheres que trabalhavam em turnos rotativos irregulares tinham as taxas mais elevadas, provavelmente porque seus ritmos circadianos eram os mais interrompidos. “Levando em conta todos os estudos, o consenso é de que quem tem trabalha à noite tem cerca de 50% mais risco de câncer de mama”, afirma Zhu.

Em um estudo relacionado, Stevens e colegas descobriram que mulheres com deficiência visual tinham um menor risco de câncer de mama, com o menor sendo entre as mulheres cegas. “Elas não percebem a luz à noite”, diz Stevens, “então seu ritmo circadiano é vigoroso”.

Em 2007, a ligação entre o câncer de mama e trabalho noturno já era tão bem aceita que um painel de especialistas reunido pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer concluiu que “o trabalho por turnos noturnos, envolvendo rompimento circadiano, é provavelmente cancerígeno para os seres humanos”. As causas biológicas para tanto, porém, permaneciam desconhecidas.

Usando dados de um estudo dinamarquês com trabalhadoras noturnas, Zhu e seus colegas descobriram a ligação molecular que faltava: em mulheres que trabalhavam à noite há pelo menos 10 anos e tinham câncer de mama, o rompimento de seus ritmos circadianos foi detectado ao nível do DNA, em alterações epigenéticas, isto é, alterações genéticas causadas por influências externas.

A natureza exata desse mecanismo biológico, no entanto, ainda não está clara. Esse é o próximo passo da pesquisa de Zhu.
Ele suspeita que a perturbação dos ritmos circadianos causada por trabalho noturno suprime a produção de melatonina. A escuridão provoca a liberação desse hormônio fundamental que, por sua vez, sinaliza para que determinados processos biológicos desacelerem e nos ajuda a dormir.


Algumas pesquisas sugerem que, quando a melatonina é suprimida, os níveis de estrogênio aumentam – e altos níveis de estrogênio são uma causa conhecida de câncer de mama.

Mulheres que trabalham à noite sob luzes brilhantes habitualmente bloqueiam a produção de melatonina e, talvez, aumentem seu risco de câncer de mama. O inverso pode também ser verdadeiro: a melatonina é capaz de suprimir tumores mamários em roedores, por exemplo.

E, se você trabalha à noite e está com medo de ter câncer, pode ficar um pouco mais tranquila. Em todo o mundo, estima-se que 15 a 20% das mulheres trabalham no turno da noite. Zhu aponta que muitas dessas mulheres provavelmente não são suscetíveis aos fatores de risco que ele tem estudado, assim como muitos fumantes não desenvolvem câncer de pulmão.

No entanto, ninguém sabe ainda quanta perturbação dos ritmos circadianos é necessária para causar um dano grave à saúde; Zhu acredita que isso varia de pessoa para pessoa. Ele também espera que no futuro existam testes genéticos que identifiquem as pessoas que são biologicamente mais vulneráveis a perturbações em seus ritmos circadianos.

Além disso, os pesquisadores ainda não conhecem todas as maneiras como os genes circadianos interagem e se combinam com outros fatores de risco. Por exemplo, mulheres na pré-menopausa que realizam determinadas mutações genéticas em um gene circadiano são mais propensas a desenvolver câncer de mama.

Mais problemas do que podemos imaginar. Não só mulheres, mas homens também estão sujeitos a potenciais problemas de saúde que vêm com um ritmo circadiano perturbado.

E esses problemas vão muito além do câncer de mama. O trabalho de Zhu, por exemplo, tem sugerido que os ritmos circadianos desempenham um papel no câncer de próstata. Evidências mais fracas também o ligam ao câncer de ovário e de cólon. Zhu acha que esta lista de tipos de câncer ainda vai crescer, especialmente por conta dos relacionados a hormônios.

Outras pesquisas relacionam ritmos circadianos perturbados com obesidade, diabetes e doenças inflamatórias crônicas. Essa lista também provavelmente se alongará, conforme os cientistas continuam a desvendar os mecanismos dos genes circadianos.

“O reparo do DNA é acionado durante o sono e funciona para corrigir todo o dano genético que ocorre durante o dia”, ressalta Zhu. Células não reparadas têm maior risco de sofrer mutações como alterações cancerosas. Da mesma forma, genes circadianos estão diretamente envolvidos na regulação da divisão celular, e muita da qual ocorre durante a noite, provavelmente porque a luz ultravioleta pode causar mutações e as células são mais suscetíveis a mutações enquanto estão se dividindo. 

Tudo isso significa que as pessoas que trabalham à noite ou têm padrões de sono irregulares (dormem pouco ou mal) podem ser mais vulneráveis ao câncer e outros problemas de saúde.

Os pesquisadores também estão procurando formas de usar os ritmos circadianos para melhorar a saúde. Alguns medicamentos, por exemplo, são mais eficazes se tomados em certos pontos do ciclo circadiano.

Ataques cardíacos e derrames são mais comuns no início da manhã, quando a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentam. É por isso que a medicação para pressão arterial deve ser tomada logo ao acordar. Por outro lado, ataques de asma são mais comuns à noite, e a medicação preventiva funciona melhor antes de dormir. 

Estudos preliminares sugerem que algumas quimioterapias são significativamente mais eficazes e provocam menos efeitos colaterais quando administradas na altura ótima do dia.

Embora muito do que sabemos hoje ainda seja largamente baseado em experimentos não replicados e especulação, o problema em si é bem identificado e merece atenção. Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças publicou um alerta sobre os riscos de saúde associados com motoristas e trabalhadores dos turnos noturnos e pessoas que não descansam o suficiente por causa de distúrbios do sono ou estilo de vida. Essas pessoas são menos atentas, mais lentas para reagir e mais propensas a tomar más decisões por consequência de ignorar seus ritmos circadianos.

“Todas as espécies na Terra evoluíram e se adaptaram a este ciclo”, diz Zhu. “Quaisquer alterações impactarão, sem dúvida, nossos corpos”.

MedicalXpress

MASSA CINZENTA CEREBRAL FOTOGRAFADA EM CORES

O cérebro, sempre apelidado carinhosamente de massa cinzenta, nunca havia aparecido tão colorido. [Imagem: Harvard University]
Brainbow - uma mistura de brain (cérebro) e rainbow (arco- íris). Foi assim que Jean Livet batizou as incríveis imagens que ele conseguiu produzir das células nervosas do cérebro de um camundongo. Livet é neurocientista na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Massa cinzenta a cores
O cérebro, sempre apelidado carinhosamente de massa cinzenta, nunca havia aparecido tão colorido. Os cientistas conseguiram marcar dezenas de neurônios individuais com tonalidades diferentes, criando um verdadeiro arco-íris cerebral.

Circuitos cerebrais
Os pesquisadores desenvolveram duas estratégias com a técnica Brainbow para a expressão de proteínas fluorescentes. A combinação das estratégias e de cores primárias de proteínas específicas, em camundongos modificados geneticamente, levou à produção de 90 diferentes tons.

A técnica Brainbow permite reconstruções detalhadas dos circuitos cerebrais e representa um importante passo em busca da modelagem de como o sistema nervoso funciona normalmente e em casos de distúrbios cerebrais.

Redação do Site Inovação Tecnológica

LASER VIVO: CÉLULA HUMANA EMITE RAIOS LASER


O laser biológico será útil para a criação de interfaces entre a eletrônica e os organismos biológicos, incluindo as próteses inteligentes, as interfaces neurais e os exoesqueletos. [Imagem: Gather/Yun]

Cientistas criaram um laser vivo, dando a uma célula humana a capacidade para emitir luz laser.

Embora encontrando cada vez mais usos na área da saúde, a emissão dos raios laser sempre esteve associada com materiais inertes, como cristais, espelhos e lentes.

Agora, pela primeira vez, cientistas demonstraram que um organismo biológico é capaz de emitir laser.

Laser vivo
Malte Gather e Seok Hyun Yun, trabalhando juntos no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, modificaram geneticamente uma célula para que ela expressasse a proteína fluorescente verde, a chamada GFP (Green Fluorescent Protein).

A luz emitida por essa proteína é não-coerente - como a luz de uma lâmpada. Mas os cientistas transformaram-na na base para a geração da luz laser a partir da célula onde ela está implantada.

O isolamento da GFP valeu o Prêmio Nobel de Química de 2008 aos cientistas que trabalharam para que ela se tornasse um instrumento incomparável nas pesquisas biológicas e médicas e uma das principais ferramentas da engenharia genética.

Os dois pesquisadores agora usaram essa proteína para amplificar os fótons, transformando uma única célula em uma fonte de laser, que emite pulsos com duração de alguns nanossegundos cada um.

Os lasers pulsados são importantes em aplicações que vão dos vídeos holográficos à destruição de vírus no sangue, embora ainda não esteja claro se o laser vivo poderá ter utilidade tão ampla
O laser celular foi montado colocando uma única célula em uma microcavidade composta por dois espelhos altamente reflexivos, espaçados por 20 milionésimos de metro. [Imagem: Gather/Yun].

Laser biológico
Os dois pesquisadores montaram um dispositivo composto de um cilindro de 2,5 centímetros de comprimento, com espelhos em cada uma das extremidades, preenchido com uma solução de GFP em água.

Depois de confirmarem de que a solução de GFP é capaz de amplificar uma energia de entrada - um outro laser de luz azul - para produzir seus próprios pulsos de luz laser, os pesquisadores estimaram a concentração de GFP necessária para produzir o efeito laser.

O passo seguinte foi desenvolver uma linhagem de células humanas expressando a GFP nos níveis necessários - os cientistas usaram células embrionárias do rim humano.

O laser celular foi montado colocando uma única célula expressando a GFP - com um diâmetro entre 15 e 20 milionésimos de metro - em uma microcavidade composta por dois espelhos altamente reflexivos, espaçados por 20 milionésimos de metro.

Uma descoberta inesperada foi que o próprio formato circular da célula funcionou como uma lente, focalizando a luz e induzindo a emissão de luz laser em níveis de energia mais baixos do que aqueles do dispositivo inicial baseado na solução de GFP.

Curiosidade de cientista
"Desde que foram desenvolvidos cerca de 50 anos atrás, os lasers têm sido construídos com materiais tais como cristais, corantes e gases purificados como meio de ganho óptico, dentro dos quais pulsos de fótons são amplificados enquanto refletem-se continuamente entre dois espelhos", comenta Yun. "O nosso trabalho é o primeiro relato de um laser biológico baseado em uma única célula viva."

Para seu colega Malte Gather, o grande motivador da pesquisa foi a curiosidade científica de saber se o laser era algo absolutamente artificial ou se essa emissão coerente de luz poderia ser feita no interior de organismos vivos.

A GFP - que é uma proteína encontrada originalmente em algumas espécies de medusa - mostrou-se interessante para a pesquisa porque ela pode ser induzida a emitir luz sem que seja necessário usar enzimas adicionais.
Uma descoberta inesperada foi que o próprio formato circular da célula funcionou como uma lente, diminuindo o nível de energia necessário para emissão do laser. [Imagem: Gather/Yun].

Terapias fotodinâmicas
As células usadas no laser biológico sobreviveram ao processo de produção da luz laser, chegando a produzir centenas de pulsos.

"Embora os pulsos individuais de laser durem apenas alguns nanossegundos, eles são brilhantes o suficiente para serem facilmente detectados, com informações úteis que podem representar formas totalmente novas de analisar as propriedades de um grande número de células de forma quase instantânea", afirma Yun.

A possibilidade de gerar laser a partir de uma fonte totalmente biológica poderá dar um novo impulso às promissoras terapias fotodinâmicas - uma das mais eficientes, por exemplo, para a eliminação do câncer de pele.

Comunicação óptica celular
"Um dos nossos objetivos a longo prazo será encontrar formas de levar as comunicações ópticas e a computação, feitas atualmente com dispositivos eletrônicos inertes, para a esfera da biotecnologia," acrescenta Gather.

Isto poderá ser particularmente útil para a criação de interfaces entre a eletrônica e os organismos biológicos, o que inclui as próteses inteligentes, as interfaces neurais e os exoesqueletos.

O próximo passo da pesquisa será tentar implantar os espelhos dentro da própria célula, criando um laser biológico autocontido e totalmente portável.

Redação do Site Inovação Tecnológica

terça-feira, 15 de julho de 2014

HOMENS E MULHERES TÊM CONEXÕES DIFERENTES NO CÉREBRO

Todos sabem recitar a regra popular sobre a mente de homens e mulheres: enquanto o cérebro masculino é bom para ação motora e visão espacial, o feminino supera em linguagem e sociabilidade. Essa estereotipagem ainda é debatida, mas neurocientistas oferecem agora evidências físicas a favor da teoria.

Um estudo feito na Universidade da Pensilvânia indica que homens têm ênfase maior que mulheres nas conexões entre os neurônios dentro de cada hemisfério cerebral. E mulheres, por sua vez, têm em média mais conectividade entre um hemisfério e outro (veja quadro abaixo).

Segundo artigo dos cientistas na revista "PNAS" , essa diferença coincide com o tipo de funcionalidade cerebral associada às habilidades mais femininas e mais masculinas. O mapeamento de conectividade cerebral feito pelo grupo usou a ressonância magnética por difusão, uma técnica capaz de enxergar mechas finas de axônios, os "cabos" que conectam os núcleos dos neurônios.

Outros estudos já mostravam algumas diferenças que existem entre cérebros de homens e mulheres "mas não explicavam essa complementaridade" de habilidades, afirma o texto do artigo. O trabalho foi liderado pela neurocientista Ragini Verma e assinado por mais nove colegas.

Para chegar à conclusão, os cientistas submeteram 949 pessoas de 8 a 22 anos de idade ao mapeamento por ressonância magnética. A conclusão do estudo, apesar de fraseada de modo diferente, remete ao tipo de divisão de habilidades psicológica incorporado à cultura popular.

"Cérebros masculinos são estruturados para facilitar a conectividade entre ação coordenada e percepção", diz Verma, "enquanto cérebros femininos são projetados para facilitar a comunicação entre os modos de processamento intuitivo e analítico".

NATUREZA E CRIAÇÃO
As diferenças mais acentuadas no novo estudo de mapeamento cerebral, porém, só foram vistas em adultos, afirmam os autores do trabalho. Meninas e meninos não exibiam, em média, a disparidade anatômica que foi vista em homens e mulheres. Isso abre espaço para que a origem das diferenças seja cultural e não de nascimento.


Outras diferenças anatômicas vistas pelo estudo de Verma já eram conhecidas. Uma delas é o fato de mulheres possuírem mais massa cinzenta (parte do cérebro que concentra núcleos de neurônios) do que homens, em relação ao tamanho de seu cérebro. Eles, por sua vez, têm mais massa branca (composta de axônios, os "cabos" que conectam neurônios).

Essa distinção, contudo, não parece ter relação com comportamento. E os estudos cognitivos nos quais Verma encaixa suas descobertas anatômicas, além disso, não parecem ser ainda consenso firme entre pesquisadores.

"A evidência que eu conheço é que, quando existem diferenças quantitativas, elas são mínimas e têm uma influência cultural gigantesca", afirma a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da UFRJ. "A cultura indica a expectativa, porque o estereótipo é essencialmente incutir expectativas diferentes em meninos e meninas."

Verma, porém, defende a correlação apontada pelo estudo, que usou um mapeamento de última geração em uma amostra de voluntários com tamanho inédito.

Jornal Folha de SP

100 TRILHÕES DE CONEXÕES NO CÉREBRO


Um único neurônio está sobre placa de petri, isolado, mas vibrando, muito satisfeito consigo mesmo. De vez em quando, libera espontaneamente uma onda de corrente elétrica que percorre todo o seu corpo. Ao aplicar pulsos elétricos a uma extremidade do neurônio, ele pode responder com novos pulsos de tensão. Mergulhando o neurônio em vários neurotransmissores, é possível alterar a intensidade e o sincronismo das ondas elétricas. Na placa, isolado, o neurônio não consegue fazer muita coisa. Mas coloque 302 neurônios juntos, e eles se tornam um sistema nervoso capaz de manter vivo o verme Caenorhabditis elegans, sondar o ambiente, tomar decisões e enviar comandos para o corpo do organismo. Junte 100 bilhões de neurônios – com 100 trilhões de conexões – e terá um cérebro humano, capaz de fazer muito, mas muito mais.

Continua um mistério o fato de nosso cérebro se formar a partir de um conjunto de neurônios. A neurociência ainda não tem condições de esclarecer esse enigma, apesar de todas as suas conquistas. Alguns neurocientistas passam a vida toda explorando neurônios isolados. Outros escolhem uma escala mais alta: observam, por exemplo, como o hipocampo – um aglomerado de milhões de neurônios – codifica as lembranças. Outros estudam o cérebro numa escala ainda mais refinada analisando as regiões ativadas em processos como ler ou sentir medo. Mas poucos tentam visualizar o cérebro em todas essas escalas simultaneamente. Em parte, a dificuldade está relacionada à natureza complexa do empreendimento. A interação apenas entre alguns neurônios pode ser um conjunto complexo de feedbacks. Acrescente mais 100 bilhões de neurônios e esse problema se transforma num insolúvel quebra-cabeça.

Alguns cientistas, no entanto, consideram que chegou a hora de enfrentar esse desafio. Eles acreditam que nunca entenderemos de fato como o cérebro se forma a partir do sistema nervoso, mesmo dividindo-o em peças separadas. Observar apenas os pedaços seria o mesmo que tentar descobrir como a água se congela estudando uma única molécula dela. “Gelo” é um termo sem sentido na escala de moléculas individuais. O conceito só existe graças à interação entre um número imenso de moléculas, que se agregam para formar cristais.

Felizmente, os neurocientistas podem se inspirar em outros pesquisadores que estudam diferentes formas da complexidade há décadas – do mercado de ações e circuitos de computadores à interação gênica e proteica em uma única célula. O mercado de ações e uma célula podem não ter muito em comum, pois os pesquisadores descobriram algumas semelhanças intrínsecas em todos os sistemas complexos que estudaram. Ferramentas matemáticas específicas foram desenvolvidas para facilitar a análise desses sistemas. Os neurocientistas estão começando a usar essas ferramentas para tentar entender a complexidade do cérebro. A pesquisa está apenas engatinhando, mas os resultados já são promissores. O importante, segundo os cientistas, é descobrir as regras que bilhões de neurônios obedecem para se organizar em redes, e como elas se unem numa única estrutura coerente que chamamos cérebro. Para eles, a organização dessa rede é fundamental para entendermos um mundo sempre em mudanças. Alguns transtornos mentais mais devastadores, como esquizofrenia e demência, podem resultar do colapso parcial de redes
cerebrais.

Os neurônios formam redes estendendo axônios, que fazem contato com outros neurônios. Quando isso ocorre, um sinal que se propaga por uma célula nervosa pode disparar uma onda de corrente em outros neurônios. Como cada célula pode se unir a milhares de outras – tanto as próximas, como as que se encontram do outro lado do cérebro – as redes neurais podem assumir um incrível número de arranjos. A forma como uma determinada rede se organiza tem enormes implicações no funcionamento do cérebro.
CÉREBRO DE BRINQUEDO
qual a melhor forma de estudar a rede de neurônios do cérebro? Que experimentos os cientistas podem fazer para rastrear bilhões de conexões em rede? Uma alternativa é construir um modelo do cérebro em miniatura, que mostre as diferentes formas de interação entre os neurônios. Olaf Sporns, da Indiana University, e seus colegas criaram exatamente esse modelo. Na simulação, juntaram 1. 600 neurônios e os distribuíram sobre uma superfície esférica, ligando depois cada neurônio aos demais. Em qualquer instante, todos os neurônios têm uma chance mínima de se ativar espontaneamente. Uma vez ativados, têm também uma pequena chance de acionar outros neurônios ligados a eles.

Sporns e sua equipe soldaram as conexões entre os neurônios e observaram o cérebro de brinquedo em ação. Inicialmente conectaram cada neurônio apenas a seus vizinhos imediatos. Com a rede formada, o cérebro produzia pequenos lampejos aleatórios de atividade. Quando um neurônio se ativa espontaneamente, cria uma onda elétrica que desaparece rápido. Quando os pesquisadores ligaram cada neurônio aos demais, no cérebro, o padrão resultante foi bem diferente: o cérebro inteiro foi ativado e desativado em pulsos regulares.

No fim, os cientistas acabaram atribuindo cérebro uma rede intermediária, criando conexões locais e de longa distância entre os neurônios. O cérebro havia se transformado, então, num sistema complexo. Quando os neurônios começaram a se ativar, surgiram grandes padrões brilhantes de atividade que se propagavam pelo cérebro. Alguns deles colidiam entre si e outros se propagavam pelo cérebro em círculos.

O cérebro de brinquedo de Sporns ensinou uma lição importante sobre o aparecimento da complexidade. A própria arquitetura da rede molda seu padrão de atividade. Sporns e outros pesquisadores estão aprendendo as lições que juntaram aos poucos de outros modelos cerebrais e tentando obter padrões similares em cérebros reais como os nossos. Infelizmente, os cientistas não podem monitorar cada neurônio de nosso cérebro. Por isso, usam técnicas inteligentes para registrar a atividade de alguns neurônios e tiram conclusões fantásticas desses resultados.

EM PLACAS DE PETRI
dietmar plenz, neurocientista do instituto nacional de saúde mental dos Estados Unidos, e seus colaboradores tentaram analisar a arquitetura do cérebro estimulando o crescimento de volumes de tecido cerebral do porte de sementes de gergelim em placas de Petri. Eles prenderam 64 eletrodos ao tecido para examinar o acionamento espontâneo dos novos neurônios. Os eletrodos detectaram uma rápida manifestação de atividade conhecida
como avalanches neurais.

De início, parecia que os neurônios estavam apenas espoucando com ruído aleatório. Se isso estava realmente ocorrendo, então haveria a mesma probabilidade de que cada avalanche neural fosse mínima ou de grande alcance. No entanto, não foi isso que Plenz e os colegas descobriram. Avalanches pequenas eram muito frequentes; as grandes, mais raras; e as muito grandes, mais incomuns ainda. Num gráfico, as probabilidades de ocorrência de diferentes tamanhos formavam uma suave curva descendente.
Os cientistas já estavam bem familiarizados com esse tipo de curva. Os batimentos cardíacos, por exemplo, não são todos iguais. A maioria é um pouco mais longa ou mais curta que a média. Um pequeno número de batimentos é muito mais longo ou curto, e um número muito menor é ainda mais longo ou curto que a média. Terremotos seguem o mesmo padrão. O deslocamento das placas continentais produz muitos terremotos fracos, mas poucos muito intensos. Durante epidemias, normalmente novos casos surgem a cada dia, com um surto esporádico de novos casos. Se fizermos um gráfico, os batimentos cardíacos, terremotos e o número de novos casos, eles formarão um curva
exponencial descendente.

Essa curva, conhecida como lei de potências, é a marca registrada de uma rede complexa que engloba conexões de curta e de longa distância. Um tremor em determinado ponto da Terra pode, em alguns casos, espalhar-se somente por uma área restrita. Em casos raros, o abalo se estende por uma região mais ampla.

Os neurônios se comportam da mesma forma. Às vezes ativam apenas seus vizinhos imediatos, mas, em outras podem deflagrar uma onda de atividade que se estende por uma vasta área.

A forma de curva da lei de potência pode fornecer pistas sobre a rede que a produziu. Plenz e seus colaboradores testaram várias redes neurais possíveis para ver quais produziam avalanches neurais como no caso de neurônios reais. O melhor ajuste para a curva foi obtido com uma rede de 60 aglomerados de neurônios. Esses aglomerados estavam conectados, em média, a 10 outros, e as conexões não se espalhavam aleatoriamente entre eles. Poucos aglomerados continham inúmeras conexões, enquanto muitos apresentavam apenas algumas. Como resultado, o número de conexões de um aglomerado com qualquer outro era bastante reduzido. Os cientistas chamam esse tipo de arranjo de redes de pequeno porte.

Verificou-se que esse tipo de rede pode tornar o cérebro absolutamente sensível aos sinais que chegam até ele, da mesma forma como um microfone amplifica uma ampla faixa de sons. Plenz e sua equipe aplicaram descargas elétricas de diferentes intensidades e mediram a resposta neural. Verificaram que descargas fracas estimulam um número limitado de neurônios, e descargas fortes provocam respostas intensas de uma faixa mais ampla de células.

Para entender como a estrutura da rede afeta essa resposta, os pesquisadores adicionaram uma droga aos neurônios que enfraquecia as conexões entre eles, e as células nervosas deixaram de responder aos sinais fracos. Mas, resultados diferentes foram obtidos quando os cientistas injetaram uma droga que tornava os neurônios mais propensos a se ativar em resposta ao contato com seus vizinhos. Nesse caso, os neurônios responderam intensamente aos sinais fracos – tão intensamente que a resposta aos sinais fracos equivalia à dos fortes. Esses experimentos revelaram como as redes neurais podem ser finamente sintonizadas e como essa sintonia fina permite que elas transmitam os sinais com precisão. Se os neurônios fossem organizados numa rede diferente, produziriam respostas incoerentes e sem sentido.
A grande dúvida agora é como relacionar a atividade observada na placa de laboratório com os processos mentais do dia a dia. Observando o cérebro como um todo, os pesquisadores descobriram padrões de atividade espontânea que refletem o mesmo tipo de padrão encontrado por Plenz nos blocos de tecido cerebral. Marcus E. Raichle da Washington University em St. Louis, e seus colaboradores descobriram que as ondas elétricas podem se propagar por todo o cérebro em padrões complexos quando estamos descansando, sem pensar em nada específico. Experimentos recentes sugerem que essa atividade espontânea pode desempenhar papel vital na vida mental. Pode permitir que a mente em repouso afete suas funções internas, revendo lembranças e planejando o futuro.

CARTÓGRAFOS NEURAIS
para entender como essas ondas se comportam, os neurocientistas estão tentando mapear as conexões entre neurônios de todo o cérebro. Considerando o desafio de investigar o que ocorre num minúsculo pedaço de tecido cerebral, esse desafio parece gigantesco. Sporns dirige um dos projetos mais ambiciosos de mapeamento neural. Juntamente com Patric Hagmann, da Universidade de Lausanne, na Suíça, e seu grupo de neuroimagem, ele analisou dados obtidos do cérebro de cinco voluntários, usando um método conhecido como imagem de espectro de difusão, ou DSI (na sigla em inglês). O DSI captura rapidamente imagens de axônios cobertos por uma fina camada de gordura – fibras longas que se conectam a diferentes regiões do córtex, conhecida como matéria branca. Os cientistas selecionaram quase mil regiões do córtex e mapearam conexões da matéria branca de cada uma delas com as demais.

A partir daí criaram uma versão simulada dessas mil regiões e realizaram experimentos para analisar os tipos de padrão produzidos. Cada região gerou sinais que podiam se propagar para as regiões conectadas, fazendo com que neurônios de outras regiões também enviassem sinais semelhantes. Quando esse cérebro virtual foi ativado, começou a produzir ondas de atividade que se desviavam de maneira lenta. Curiosamente, essas ondas se pareciam com as oscilações reais observadas por Raichle em cérebros em repouso.

A rede que Sporns e seus colegas mapearam em todo o cérebro apresenta uma organização muito semelhante àquela menor, que Plenz encontrou em seus pedacinhos de tecido: uma rede de pequeno porte, com poucos centros ou nós bem conectados. Essa arquitetura de grande escala pode ajudar nosso cérebro a economizar recursos e trabalhar mais rápido. Gastamos muitos recursos para desenvolver e manter a matéria branca. Como alguns centros bem conectados, nosso cérebro precisa de muito menos matéria branca do que necessitariam outros tipos de redes. E como são necessárias poucas conexões para ir de uma parte a outra do cérebro, a informação é processada mais rapidamente.
Em um ano, os neurocientistas terão condições de gerar mapas muito mais precisos das redes neurais, graças a um roje to de US$ 30 milhões lançado em 2009 pelo Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês). Conhecido como Human Connectome Project (a exemplo do Human Genome Project), o projeto pretende identificar todas as conexões entre neurônios de um cérebro adulto. Mas mesmo um mapa tão amplo não deverá abrigar a complexidade do cérebro humano, porque os neurônios utilizam somente um subconjunto de conexões cerebrais para se comunicar com outros. De uma hora para outra, essa rede poderá mudar de forma à medida que algumas conexões são desativadas e outras ativadas. Para criar modelos cerebrais, que possam capturar todas essas redes dinâmicas, será preciso lançar mão de todas as artimanhas da interação que a teoria da complexidade pode oferecer.

NEURÔNIOS DE WALL STREET
dois matemáticos do dartmouth college, Daniel N. Rockmore e Scott D. Pauls, estão tentando analisar essa complexidade tratando o cérebro como um mercado de ações. Os dois ambientes consistem em grandes quantidades de pequenas unidades – neurônios e investidores – que estão organizados em uma rede de larga escala. Os investidores podem influenciar os demais na forma de comprar e vender ações; e essa influência pode se espalhar e afetar o mercado todo, fazendo o valor dos títulos subir ou descer. A rede toda, por sua vez, pode influenciar níveis mais baixos. Quando o mercado de ações começa a subir, por exemplo, os investidores isoladamente podem querer entrar numa corrida que faz o mercado subir mais ainda.

Rockmore, Pauls e seus colegas desenvolveram um conjunto de ferramentas matemáticas para descobrir qual o tipo de estrutura da rede da Bolsa de Valores de Nova York. Eles tiveram acesso aos dados do preço de fechamento diário de 2.547 ações durante 1.251 dias e tentaram encontrar semelhanças na variação de preços de diferentes papéis – por exemplo: uma tendência de ascensão e queda praticamente simultânea. Essa pesquisa revelou a existência de 49 aglomerados de ações. Quando os cientistas retomaram os dados financeiros, descobriram que os aglomerados correspondiam principalmente a determinados setores da economia, como software ou restaurantes, ou a determinadas regiões, como América Latina ou Índia.

O fato de terem encontrado essas categorias simplesmente analisando dados tornou os cientistas mais confiantes nos próprios métodos. Afinal de contas, faz sentido que ações de empresas de acesso à internet tendam a subir e cair em cadeia (efeito dominó). Um vírus perigoso poderia pôr em risco o grupo todo.

Rockmore e Pauls também descobriram que esses 49 aglomerados estavam, na verdade, organizados em sete superaglomerados. Em vários casos, esses superaglomerados correspondiam a indústrias que dependem umas das outras. O setor de shoppings lineares e o setor da construção caminham lado a lado. Os pesquisadores também perceberam que esses superaglomerados estavam ligados a um loop gigantesco criado, provavelmente, por uma prática comum entre administradores de investimentos, chamada de rotação setorial.
Ao longo de vários anos esses administradores movimentaram o dinheiro de uma parte da economia para outra. No momento, Rockmore e Pauls estão usando os mesmos métodos matemáticos para construir modelos cerebrais. Em vez de informação financeira se movimentando de uma parte do mercado para outra, eles analisam informações que se deslocam de uma região do cérebro para outra. E da mesma forma que os mercados financeiros têm redes dinâmicas, o cérebro pode reorganizar sua rede de um momento para outro.

Para testar seu modelo, Rockmore e Pauls analisaram, recentemente, imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) que Raichle e seus colegas obtiveram do cérebro de uma pessoa em repouso. Eles observaram o aumento e diminuição da atividade de cada voxel – a menor região que uma fMRI pode medir, ou seja, uma porção do cérebro do tamanho de um grão de pimenta. Eles tentaram encontrar relações íntimas entre os padrões. Exatamente como os dois aglomerados no mercado de ações, eles agora descobriram que os voxels podiam ser agrupados em 23 aglomerados. E estes, por sua vez, pertenciam a quatro aglomerados maiores. Curiosamente, esses quatro aglomerados maiores correspondiam a uma versão neurológica da rotação setorial que Rockmore e Pauls encontraram no mercado de ações. Esses aglomerados se mantêm juntos num loop, e ondas de atividade os arrastam
num ciclo.

Como Rockmore e Pauls já são capazes de reconstruir a rede num cérebro em repouso, agora estão interessados em estudar o cérebro em ação, isto é, pensando. Para entender como o cérebro altera sua organização, eles analisaram dados de fMRI de pessoas às quais eram mostrados alguns objetos. Se o modelo funcionar, os pesquisadores poderão predizer que tipo de resultado os neurocientistas obteriam da imagem de ressonância magnética de uma pessoa que recebe um determinado tipo de estímulo, como ver o rosto de um velho amigo. Isso poderia tornar a neurociência uma ciência verdadeiramente profética.

Apesar dos avanços já obtidos, ainda vai demorar até a complexidade do cérebro humano ser completamente decifrada. O verme C. elegans é um bom exemplo disso. Há mais de 20 anos o mapeamento de todas as conexões que interligavam seus 302 neurônios foi concluído, mas até agora os pesquisadores não sabem como essa rede simples dá origem a um sistema nervoso dinâmico.
 

Scientific American Brasil